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O Brasil, O meio ambiente e seus defensores

COLUNISTA - Elda Jabur

Elda Jabur

  • 23/09/22
  • 11:00
  • Atualizado há 113 semanas

Uma história tão pequena, no tempo, e cometida por atrocidades.

PRIMEIRO: a morte dos indígenas aliada a sua escravidão e perda de valores culturais. Com a imposição da religião católica.

SEGUNDO; a devastação da Mata Atlântica, com a introdução do ciclo da cana de açúcar. Aliada à vergonhosa escravidão preta.

TERCEIRO: o início da mineração em Minas Gerais. Podemos

verificar suas consequências desastrosas até hoje .Esse estado parece um queijo furado, com desastres ambientais nunca antes vistos.

Agora, a mineração avança para a Amazônia.

Há algumas décadas, era conhecido como o "pulmão do mundo". Repleto de florestas virgens. Agora virou o inferno vermelho, por suas queimadas e poluição por mercúrio dos rios. Decorrência da nova mineração desenfreada, introdução de pasto para a criação de gado e outras commodities.

Muitas vidas têm sido tiradas aqueles que ousam defender as riquezas do país.

Voz de Osmar Prado na novela Pantanal.

Aconteceu há alguns dias. Foi um espetáculo em defesa do meio-ambiente.

Digna de ser reverenciada, após anos de dedicação ao entretenimento da população.

Encarnou o personagem Veio do Rio.

Disseram sobre ele "É um poeta, um filósofo, um homem que só na transcendência poderia ser o que é, falar o que tem a falar. Ele representa a libertação do mundo, da terra. Como diz "somos filhos de uma mãe gentil e generosa a quem tentamos há muito tempo escravizar". Ele representa a defesa da terra, da água. Também atua pela alegria das pessoas, para um mundo mais justo, mais cooperativo, mais solidário, com empatia".

"Nós não somos donos de nada", diz o veio.

Somente essa frase pode nos levar a reflexões profundas, místicas. Os poderosos, imbuídos de muita arrogância, acham que são donos de tudo. Na sua ganância desenfreada, não se importam com os meios para alcançar os seus fins. Esquecem que não são donos nem do Próprio corpo. Tudo virará pó.

Uma das primeiras e importante lição que obtive através dos estudos da "ORDEM ROSACRUZ".

Temos a missão de preservar tudo o que estiver ao nosso alcance: a terra, as águas, as matas, os animais. Disso depende a preservação da vida no planeta.

Divulgação - Elda Cecília Bolfarini Jabur - Professora de história formada pela Unesp de Assis - Foto: Divulgação
Elda Cecília Bolfarini Jabur - Professora de história formada pela Unesp de Assis - Foto: Divulgação

Revelou Osmar Prado sobre sua atuação.

"Ser chamado para fazer o Velho do Rio é uma convocação. Como se eu fosse para um movimento revolucionário, com a mesma integridade, força e dedicação".

Encontramos na nossa história, muitos defensores do meio ambiente, que acabaram se transformando em mártires.

Dois últimos deles: Dom Fillips e Bruno Araújo.

"Amazônia, sua linda".

Essa declaração foi dada por Dom Fillips, cinco dias antes de sua execução.

Histórias que se complementam: a de Dom Fillips e Bruno Araújo.

Foram dois visionários predestinados a um fim previsível. Dom foi jornalista britânico. Trabalhou para os jornais The New York Times , The Washington post e Financial Times.

Apaixonado pelo bioma brasileiro e veterano do jornalismo, veio para o Brasil há quinze anos. Casou-se com uma brasileira e morava com ela a Bahia. Gostava e se dedicava a cobertura do mundo da música. Deixou essa vida para dedicar-se à temática socioambiental no país.

Foi um dos principais profissionais da imprensa internacional a reportar o avanço dos crimes ambientais na floresta.

Ele apresentou ao mundo uma Amazônia desconhecida e mostrou nuances de questões socioambientais complexas.

Ele veio para entender a floresta e ajudar na sua preservação.

Nós não o conhecíamos. Só viemos a saber sua história no momento em que o seu desaparecimento foi divulgado. Conhecendo a violência que atualmente impregna em vários setores da sociedade, já tinha certeza da sua morte..

Como salvar a Amazônia?

Esse é o título do livro que estava escrevendo. Fazia um diário de suas viagens. Infelizmente ficou inacabado.

Estava com 57 anos quando desapareceu no Vale do Javari.

Em 2019, durante uma entrevista, perguntou ao presidente como el pretendia convencer o mundo que estava preocupado com a preservação da AMAZÕNIA.

Resposta obtida: "Primeiro você tem que entender que a Amazônia é do Brasil, Não é de vocês".

Convenhamos que a resposta foi muito irônica e ofensiva. Dada a um estudioso e amante das florestas.

Nós sabemos que nada nos pertence. Triste ilusão de quem pensa de forma apegada aos bens materiais. Usa a terra até a exaustão para o enriquecimento .

O repórter sentia-se à vontade na mata, onde via coisas que à distância seriam impossíveis. Seus interesses eram iguais aos de Bruno Pereira.

Bruno Pereira.

Era servidor de carreira da FUNAI e há algum tempo acompanhava Fillips em suas pesquisas na Amazônia. Era também constantemente ameaçado. Bruno foi exonerado da FUNAI quando destruiu balsas de mineração no VALE DO JAVARI, em 2019.

O Brasil ficou um país perigoso para os seus defensores.

A área em que os dois missionários atuavam é visada por criminosos, narcotraficantes, predadores da floresta e pesca ilegal.

Frase dita por admiradores de DOM e Bruno.

"Vamos continuar até o último. Onde um cai, nascem mil".

Assim Seja

Que venham dias melhores . Sem assassinatos , violência e destruição do meio ambiente.

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