Nossa diversão começa onde o asfalto termina
COLUNISTA - Renato Piovan
Atualmente passamos por tempos onde a moda é questionar tudo o que o outro faz (ou deixa de fazer). Focando em um nicho específico (esporte), nos deparamos com pessoas que, se você não pratica atividades físicas, elas te questionam o porquê não. E te classificam como preguiçoso. Se pratica, te questionam porque você faz isso se poderia aproveitar aquele momento para descansar.
Dentre os muitos questionamentos que os praticantes de ciclismo se deparam no seu dia a dia, estão os clássicos "mas precisa usar essa roupa tão apertada mesmo?", "ciclismo é um esporte muito caro!" e "você é doido(a) de acordar às 5 horas pra subir numa bike e sair por aí!". E não adianta tentar explicar ou se justificar. Essas pessoas não querem respostas. Elas querem somente questionar. A paixão pelo ciclismo não é algo que podemos explicar. E também não nos importamos com quem não entende. Pelo menos não deveríamos nos importar.
O esporte é uma ferramenta que ajuda a aliviar o estresse e a equilibrar as nossas emoções. Se você está buscando esse alívio e equilíbrio, para que perder tempo com essas pessoas que têm como única meta te deixar para baixo?
A paixão pelo ciclismo tem como um de seus motivos o fato de que ele é o esporte do imprevisto, do improvável. Para nós, meros ciclistas pebas, quando a trilha foi boa é porque ela foi bem ruim. São essas que rendem as melhores histórias, as melhores resenhas. A gente volta sujo, mas de alma lavada.
Não dê ouvidos ao povo que só critica. Pedale muito. Se exercite. Curta a vida. Tire muitas fotos. Tenha momentos que valem a pena ter na memória. Desopile o fígado. Eles nunca entenderão que a nossa diversão começa onde o asfalto deles termina.
Nos vemos nas trilhas por aí.
Renato Piovan é jornalista, ciclista amador nas horas vagas e cronista nas horas mais vagas ainda.