Mais uma duvidosa iniciativa da SEDUC-SP: Prova Paulista feita por quem nunca foi professor da Rede Pública
Como de praxe, desde 2023, por meio da "nova" e radical perspectiva de conservar valores sociais que geram desigualdades para a sociedade, surgiram mais decisões desfavoráveis, do que favoráveis, ao sistema pedagógico paulista, impostas pelo atual secretário de educação, Renato Feder.
Entre tantas atitudes autoritárias, que desconsideram quaisquer diálogos entre o corpo docente (professores) e corpo discente (alunos), em relação às novidades "implementadas" ou impostas, dessa vez, o que já era ruim, ficou ainda pior.
Após impor a avaliação externa Prova Paraná, em 2019, enquanto secretário de educação dessa localidade, esse atual secretário de SP, logo em sua chegada, em 2023, fez a mesma imposição de exame para esse segundo estado. Com isso, reduziu a autonomia dos professores paulistas, já que foram e são obrigados a trabalharem em cima do material padronizado e inflexível estabelecido pela Seduc-SP.
Como já não bastassem as frequentes cobranças sobre a avaliação externa Prova Paulista, de SP, bimestralmente, que frustram a maioria dos professores, ao menos os que tentam trabalhar em cima duma necessidade, sem padronizar, de modo qualitativo, recentemente, houve uma piora. Isso porque, na data de 02/04/2024, pelo site do Governo do Estado de São Paulo e seu Instagram, foi divulgada a mudança de que, desde o primeiro bimestre letivo, algumas questões dessa prova terão de 2 a 3 alternativas corretas.
Para exemplificar essa "facilitação", que vai gerar apenas ego, dados duvidosos e uma educação, supostamente, fraudulenta, em uma questão de 4 alternativas, para o Ensino Fundamental, sendo 1 dessas correta, agora, 2 poderão estar corretas e 2 incorretas. Dessa forma, deixando o aluno com 50% de chance para "chutar" e acertar. Entretanto, para as questões de 5 alternativas, para o Ensino Médio, 3 dessas poderão estar corretas, o que gera 60% de chance de o aluno "chutar" para acertar.
No entanto, essa estratégia de "facilitar" a aprendizagem do estudante é falsa. Tanto que, dessa maneira, não condiz às realidades dos vestibulinhos que dão acessos aos cursos técnicos, vestibulares que dão acessos aos cursos tecnológicos e superiores, e processos seletivos e concursos públicos que dão acessos às vagas de emprego privadas e públicas, haja vista que contemplam somente uma alternativa correta por questão.
Relacionado a isso, há o fato sobre a "facilidade", por parte dos alunos, para "colarem" ou terem acesso antecipado, antes da realização da prova. Dessa forma, já que, geralmente, os dias para realização de provas são após a disponibilização desses materiais digitais, pela plataforma CMSP Web, os mais "espertos" conseguem ter acesso antecipado. Por isso, pode-se gerar resultados fraudulentos, devido a esse sistema ineficiente.
Não há problemas em realizar avaliações externas ou exames promovidos por quaisquer secretarias de educação. Pelo contrário, o problema é, justamente, como isso é feito; ou querer focar somente nisso, prejudicando a qualidade do ensino contextualizado, significativo e necessário às escolas.
No caso específico das escolas estaduais desse estado, a abordagem de querer resultados a todo custo, para índices e indicadores, sem melhor aproveitamento do aprofundamento, complexidade e criticidade, é algo contestável pelo senso comum do professorado envolvido.
Por fim, quem sabe, contudo, o estado de SP possa alcançar melhores resultados pelo Índice de Desenvolvimento da Educação de São Paulo (Idesp), por meio de tentativas manipulativas de resultados; assim como fez no estado do PR, conforme notícias e muitos relatos do professorado paranaense.