Língua falada ou língua escrita
COLUNISTA - Michele Orsi
Originária do galego, a língua portuguesa é própria e independente. Conhecida como neolatina, nosso português traz uma mistura do latim vulgar (lê-se falado) com influência árabe e de muitas tribos. Nascida na Galiza, norte de Portugal, a nossa querida língua portuguesa já passou por muitas transformações, renovações, abreviações e, hoje, é a nona língua mais falada em todo mundo, com mais de 252 milhões de falantes.
Mesmo com toda essa pompa, nosso português ainda é muito criticado, ora por haver tantas regras e exceções ora pela sua diferença entre a língua falada e a escrita. Verdade seja dita, é bem mais simples falar do que escrever em português, afinal, o falar usa de certas "ajudas" não vocabulares e não requer tantas regras, será?
A língua falada é, sim, mais espontânea e demanda uma comunicação mais simples, além de ser acompanhada pela entonação e expressões faciais, mas isso não significa que se pode usá-la de qualquer jeito. A descontração vocabular requer ambiente adequado para isso: uma partida de futebol, uma boa conversa nos barzinhos, um café com amigos, a conversa do almoço e jantar em família, tudo muito simples, sem as medições das palavras. Mas a vida não é só informalidades e é aí que mora o perigo.
Por sermos falantes da língua, estamos habituados com determinadas manias lexicais, os vícios de linguagem, que acabam por atrapalhar nossa vida profissional. Numa empresa, por exemplo, os funcionários não devem conversar em gírias, jargões, palavras inventadas, internetês, já que, o ambiente pede uma certa lisura de comportamento; assim, também, nas escolas, no governo, no judiciário, nos bancos, nas repartições públicas, todos ambientes mais formais. Numa entrevista de emprego, por exemplo, o uso incorreto da linguagem pode custar-lhe a vaga.
Nesse sentido, a língua falada aproxima-se da escrita, pois exige as regras ortográficas da norma culta como sinal de formalidade e domínio vocabular. Logo, entendemos o porquê da escrita ser tão menosprezada. Quando você aprende que a comunicação apenas deve ser passada e compreendida, que o dialogar errado não é tão ruim, que você não deve se importar tanto com as regras, para que, então, aprender a escrita? A resposta para essa pergunta é simples: a boa escrita da língua portuguesa, a escrita da norma culta, aprimora seus conhecimentos linguísticos, abre as portas para a sua ascensão cultural, social e econômica e, além disso, aumenta a sua autoestima.
Falada ou escrita, a língua portuguesa é extremamente rica e deve ser respeitada como a nossa maior cultura.
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