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Como mulheres em cargos de liderança influenciam na agenda ESG

COLUNISTA - Elisa Barbosa

Elisa Barbosa

  • 21/03/22
  • 14:00
  • Atualizado há 140 semanas

O Brasil ainda é um dos países com menos mulheres em posições de liderança, ainda que a discussão tenha avançado nos últimos anos. De acordo com dados da Teva Índices, nem 20% dos cargos de liderança são ocupados por mulheres, o que reflete a desigualdade de gênero, tendo em vista que a população feminina brasileira é de 51,8%.

Segundo Mell Dior, analista da Avenue Securities, nossa sociedade tem uma visão machista da mulher no mercado de trabalho: "Temos uma concepção de que as mulheres ou são mãe de família ou são bem-sucedidas. Uma mulher, para chegar em lugar de destaque, precisa ter feito algo excepcional e ser impecável. Para o homem, basta ser comum."

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E essa baixa ocupação pode implicar na baixa performance da agenda ESG, conforme aponta estudo da FGV, que mostra que 52% das empresas de capital aberto com alta pontuação em ESG possuem mulheres nos cargos de diretoras. De acordo com Monique Cardoso, responsável pelo estudo, a boa performance em ESG em empresas lideradas por mulheres ocorre, pois, mulheres costumam seguir normas e têm melhor gestão de riscos políticos e controles, além de serem mais ponderadas em suas decisões.

Ainda, esse comportamento pode estar relacionado ao fato de as mulheres serem tratadas pela sociedade como um grupo minoritário, o que, segundo a psicóloga Ana Paula Hornos, as faz ter um olhar mais crítico sobre o mundo, humanizando as relações dentro das corporações.

Divulgação - Elisa Barbosa, especialista ESG - Foto: Divulgação
Elisa Barbosa, especialista ESG - Foto: Divulgação

Assim, também por isso, grandes empresas vêm adotando políticas de igualdade de gênero em todos os níveis hierárquicos. A XP Investimentos, por exemplo, assumiu o compromisso de, até o ano de 2025, ter esta política implantada por completo, com mulheres e homens dividindo cargos com o mesmo percentual. A política, que iniciou em 2020, já deu resultados em um ano: o EBTIDA (índice utilizado para medir a saúde financeira da empresa) da XP cresceu 66% em um ano. Os números não mentem. Que, baseadas neles, juntamente às suas claras competências, as mulheres possam encontrar espaço no mundo corporativo ainda tão machista.

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