B3 questiona a razão da falta de diversidade em empresas
COLUNISTA - Elisa Barbosa
Com o advento das medidas ESG nos últimos anos, muito se fala sobre diversidade nas empresas. Programas em grandes empresas buscam trazer trabalhadores de diferentes gêneros, escolaridades, raças. No entanto, aparentemente, estes programas não têm alcançado os cargos mais altos.
A operadora da bolsa brasileira B3 colocou em audiência pública um conjunto de regras sobre representatividade em empresas listadas, incluindo a previsão de que as companhias tenham que explicar ao mercado a falta de diversidade nos cargos mais altos.
Uma das regras, por exemplo, prevê que as companhias tenham, pelo menos, uma mulher e um integrante de grupos minoritários - pessoas pretas ou pardas, integrantes da comunidade LGBTQIA+ ou pessoas com deficiência - na diretoria ou conselho de administração.
Das mais de 400 empresas que fazem parte da B3, 60% não têm participação feminina da diretoria e 37% não têm mulheres no conselho. Um levantamento com 73 empresas mostrou que 79% delas têm entre 0 e 11% de pessoas negras em cargos de diretoria, número baixíssimo quando comparado com a população negra do país.
A audiência pública, onde podem ser sugeridas mudanças, vai até 16 de setembro e a previsão da B3 é que o texto comece a vigorar em 2023. A audiência pública receberá os comentários do mercado e da sociedade pelo e-mail [email protected]. O conteúdo pode ser consultado no link https://www.b3.com.br/pt_br/regulacao/regulacao-de-emissores/atuacao-normativa/processo-de-revisao-do-regulamento-de-emissores.htm, na aba Audiência Pública - ASG.