Apoio de Tarcísio Agita Disputa em Assis. Qual é o real peso desse respaldo?
As eleições municipais de 2024 acontecem em um canário que continua influenciado pela radical polarização do país. Os partidos PL e Republicanos exemplificam este contexto em Assis na recente repercussão envolvendo o apoio de Tarcísio de Freitas.
A pré-candidata a prefeita Telma Spera, PL, em entrevista à rádio Difusora, afirmou sobre o governador que "nós já recebemos o apoio dele direto". Já o presidente do Republicanos Paulo Matiolli Junior afirmou ao Portal AssisCity que "o partido já encaminhou a entrevista ao departamento jurídico e que a única e verdadeira pré-candidata a prefeita pelo Republicanos é a Cristiani Silvério, essa sim filiada nossa perante a justiça eleitoral".
Mas o quanto pesa o apoio de Tarcísio em uma eleição municipal? Segundo pesquisa Genial/Quest publicada em 13/05, o carioca governador de São Paulo e apadrinhado por Jair Bolsonaro, que está inelegível, está em empate técnico como opção para substituí-lo na disputa presidencial de 2026. Ele foi apontado por 24% dos entrevistados enquanto Michelle Bolsonaro foi lembrada por 28%.
A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais. Em números absolutos ele é a segunda opção. Na região sudeste lidera com 33% contra 23% de Michelle.
Sobre o melhor cabo eleitoral, Lula ou Bolsonaro, a pesquisa CNT/MDA, publicada em 07/05, aponta que 31,3% dos entrevistados afirmam que é mais provável escolherem um candidato apoiado pelo presidente. Já Bolsonaro registra 19,7% de influência na escolha.
Chama a atenção que 28,4% são indiferentes quanto ao apoio que o candidato recebe. Apesar da polarização do país, historicamente a escolha do candidato chefe do executivo municipal, estadual ou federal tende a ser personificada.
Os eleitores veem o candidato como um reflexo de suas próprias identidades e aspirações. No âmbito municipal esse fator possui uma influência ainda maior dada a proximidade.
É assim que o festival de fotos nas redes sociais de diversos pré-candidatos ao lado de personalidades políticas nacionais pode ser menos relevante na disputa do voto do que o contato com a população.
José Fernandes, reeleito com 56% dos votos, lançou Cristiani membro de seu governo. Na prática o seu desafio será passar ao eleitor de Fernandes a certeza da continuidade e potencialização dos pontos que a população considera positivos de seus oitos anos de mandato. Sobre os pontos considerados negativos terá de apresentar respostas concretas para a garantia dos votos.
A opositora Telma tem o desafio de apresentar à população não apenas suas qualidades administrativas e curriculares, mas sua possível habilidade política junto a um discurso e programa de governo capazes de sensibilizar a preferência dos eleitores populares.
Ambas precisam convencer o eleitor que o potencial demonstrado em suas trajetórias é capaz de trazer bons resultados nas demais áreas da administração pública. Nos municípios, fotos sorridentes ao lado de figurões do establishment (grupo que controla a política) não bastam para vencer.