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A economia global em tempos de guerra e o ESG

COLUNISTA - Elisa Barbosa

Elisa Barbosa

  • 07/03/22
  • 08:00
  • Atualizado há 142 semanas

No dia 24 de fevereiro, o exército russo partiu em direção da capital ucraniana, Kiev, por terra e pelo ar. A partir de então, as péssimas consequências têm surgido: morte, destruição, desabrigados, refugiados. E, em uma economia globalizada, obviamente, as consequências econômicas também têm aparecido.

Aparentemente, o sistema financeiro russo foi o primeiro afetado, com os cidadãos tentando transferir suas reservas para moeda estrangeira e as empresas tentando sobreviver. Isso porque o país passou a enfrentar várias sanções ocidentais, o que, além de desvalorizar a moeda e os ativos financeiros, fez com que o preço da energia e dos alimentos subissem.

Divulgação - Fonte: Financial Times -
Fonte: Financial Times - "Russia's invasion of Ukraine must prompt and ESG reckoning"

Uma das sanções anunciadas, por exemplo, impediu que os dois maiores bancos russos, o Sberbank e o VTB, negociassem em dólar americano. Isso fez com que aproximadamente US$ 1 trilhão em ativos russos fossem congelados, de acordo com o ministro de Finanças da França, Bruno Le Maire.

E como a agenda ESG se relaciona com a guerra? Pois bem, com a economia global, muitas empresas possuem investimentos, fazem negócios e compram produtos da Rússia, o que acaba por financiar, direta ou indiretamente, os ataques à Ucrânia, possibilitando a guerra. O chamado investimento ético ainda é tema discutido dentro da agenda ESG. No entanto, quando um país viola normas internacionais, ele deve estar ciente das sanções que podem advir desta conduta.

Divulgação - Elisa Barbosa - Foto: Divulgação
Elisa Barbosa - Foto: Divulgação

Com o ataque à Ucrânia, grandes empresas não querem seus nomes vinculados à Rússia, porém, ainda existem países, muitos deles europeus, que compram mercadoria russa, e não pretendem parar, tendo em vista os valores baixos dos produtos oferecidos - petróleo, gás natural e carvão, por exemplo - neste momento economicamente enfraquecido. Esse comércio tem sido questionado nas frentes ESG, bem como o comportamento das empresas que previam o risco de ataque e, ainda assim, continuaram os investimentos e comércio.

Fiona Hill, que serviu como diretora sênior do Conselho de Segurança Nacional para Assuntos Russos e Europeus durante o governo Trump, nos EUA, disse que o conflito atual é um momento crucial para quem se importa com como seu dinheiro está sendo usado no mundo. Os fundos ESG, em especial, devem ter uma tolerância menor para investimentos que carregam riscos ambientais, sociais ou de governança.

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