Complicações do diabetes podem ser evitadas com exercícios físicos, aponta estudo da Unicamp
A liberação do hormônio irisina durante a atividade física pode proteger os rins dos danos causados pelo diabetes
O rim é um dos órgãos mais afetados pelo diabetes, sendo que, no mundo, o diabetes já é a principal causa de doença renal crônica. De acordo com a Sociedade Brasileira de Nefrologia, estima-se que entre 10% e 40% das pessoas com diabetes tipo 2 apresentam problemas renais. Entre os casos de diabetes tipo 1, a estimativa é de 30%.
Um estudo brasileiro realizado pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), publicado recentemente na revista científica Scientific Reports, aponta que a prática regular de exercícios físicos pode proteger os rins dos danos provocados pelo diabetes. Os resultados da pesquisa indicam que o exercício ativa a liberação do hormônio irisina no músculo e na circulação. Quando chega aos rins, esse hormônio ativa a enzima AMPK, responsável por bloquear os mecanismos da fibrose renal.
O médico endocrinologista André Vianna explica que os pacientes com diabetes estão mais suscetíveis a problemas renais devido a possíveis inflamações nos vasos sanguíneos. "Quando a pessoa que tem diabetes não consegue um bom controle da glicemia ao longo dos anos, podem ocorrer lesões nos vasos sanguíneos de todo o corpo. Nos rins, essa condição pode levar a uma insuficiência renal crônica", afirma Vianna.
Essas lesões e inflamações nos vasos sanguíneos provocadas pelo diabetes podem resultar em graves complicações, como AVC, retinopatia, insuficiência cardíaca, neuropatia e doença renal crônica. André Vianna afirma que a prática regular de atividade física, somada ao tratamento adequado do diabetes, podem evitar a progressão dessas doenças.
"O exercício físico, seja ele qual for, traz benefícios para todas as áreas da nossa saúde. No caso da pessoa que tem diabetes, manter o corpo ativo melhora o funcionamento da insulina, alivia o estresse, previne essas doenças associadas e ainda ajuda a controlar o peso. É importante dizer que a obesidade ou o excesso de gordura abdominal contribui para a resistência à insulina. Por isso a prática de atividade física diária é fundamental, sempre de acordo com as orientações do médico endocrinologista", explica.