Baixa libido atinge 35% da população
A ginecologista e obstetra Dra. Carolina Curci fala sobre a libido e explica alguns dos possíveis motivos de haver a baixa libido em 35% da população
Quando falamos de libido, estamos nos referindo ao desejo sexual. Sabemos que a sexualidade é fundamental para a qualidade de vida de um ser humano. Ela contribui com o bem-estar do corpo como um todo, físico e psicológico, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Em contrapartida, a falta de desejo sexual é constatada entre aproximadamente 15,8% dos homens e 21,1% das mulheres brasileiras, de acordo com a pesquisa Perfil Sexual da População do Brasil, publicada no site da Fiocruz.
Segundo a médica ginecologista e obstetra Dra. Carolina Curci, é preciso destacar que ao contrário do que muitas mulheres pensam, o problema da baixa libido não é somente hormonal. As causas que afetam a libido são: Fatores psicológicos (depressão, ansiedade, problemas financeiros), excesso de estresse e cansaço, doenças (insuficiência renal e alterações hormonais), por exemplo. Das pacientes que chegam até seu consultório querendo aumentar a libido, 90% dos casos não tem nenhuma relação com a baixa hormonal.
Ela ressalta que alguns medicamentos também podem influenciar na baixa da libido, tais como: anticoncepcionais, anti-histamínicos, hipertensivos, diuréticos, remédios para crescimento de cabelo a base de Finasterida e opioides. "Fases como amamentação e menopausa, também podem baixar a libido, pois tem grande variação hormonal. Alterações emocionais, traumas emocionais, a diminuição da testosterona nos homens, o fato da mulher sentir dor na hora da relação sexual, esses vários momentos é possível variações da libido, e sim, está tudo bem é completamente normal", declara Dra. Carolina.
Na busca para o aumento da libido, sabe-se que o consumo de alguns alimentos à base de triptofano, ajudam na liberação dos hormônios. Esses alimentos são: Peixes (principalmente atum e salmão), pães e arroz integral, queijo, ovos, amendoim, castanhas, banana, abacate e leite. "E sabe aquela sensação de prazer ao comer um chocolate? Ela está diretamente ligada à presença do triptofano. Alimentação saudável e equilibrada te faz se sentir bem com você e com seu corpo, o que gera uma sensação de bem-estar, ajudando na alta da libido, sem haver necessidade de pensar em "alimentos afrodisíacos", como é conhecida popularmente a catuaba", comenta Dra. Carolina.
Para finalizar, a Dra. Carolina Curci enfatiza que o acompanhamento de um profissional especializado é fundamental para o primeiro passo do tratamento. O paciente realmente deve estar disposto a mudanças de hábitos (uma boa alimentação, boa hidratação), rotina (quantidade suficiente de sono) e até de medicamentos, pois uma boa qualidade de vida é essencial para estar com a libido em alta sempre.