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Disparidade em aparelhos que medem taxa glicêmica coloca em risco vida de portadores da doença

O aparelho é fornecido pela Secretaria da Saúde de Assis e está entre os reprovados pelo INMETRO

Redação AssisCity

  • 09/06/15
  • 07:00
  • Atualizado há 492 semanas

Amadeu Teles Neto e Nisésio Ricardo Zandonadi são dois diabéticos que enfrentam uma verdadeira sina em relação ao diabetes, que os deixa debilitados. Além desta problemática, os aparelhos disponibilizados pela Secretaria da Saúde que medem a taxa glicêmica não funcionam regularmente, pois os resultados são díspares. De acordo com os diabéticos, muitas pessoas acusam o mesmo problema.

De acordo com Amadeu, até o ano passado outros aparelhos eram fornecidos gratuitamente pela Secretaria da Saúde para medição da taxa glicêmica e os diabéticos podiam fazer o controle adequado. Entretanto, através de um novo processo de licitação que foi vencido pela empresa Injex Sens, os munícipes que dependem deste serviço passaram a sofrer um pesadelo por conta dos falsos resultados.

"O aparelho fornece resultados errados e já tive diversas crises de hipoglicemia. Diante disso, fiz reclamações junto ao fabricante e não fui atendido. Também procurei a Unidade Básica de Saúde (UBS) que frequento e nenhuma providência foi tomada. Juntamente com o meu amigo e com o vereador Valmir Dionisio, conversamos com a secretaria da Saúde que estava junto com o advogado da Pasta, mas nada foi resolvido. Acho que eles querem nos ludibriar", conta Amadeu.

Segundo Amadeu, o aparelho apresenta resultado divergente para cima e na sua visão a pessoa pode correr risco de morte.

"Fiz um teste em um laboratório particular. O resultado que deu foi de 304,00 mg/dl, enquanto que no aparelho disponibilizado pela Secretaria acusou que estava com 401,00 mg/dl. A diferença é de 97,00 mg/dl. Se uma pessoa tomar insulina de ação rápida, ela pode ficar em coma ou falecer", adverte.

"Já tive crises de hipoglicemia, me machuquei todo, pois me deu convulsão, acabei quebrando meus óculos também. Não somente eu e o Amadeu que sofremos com isso. Ficamos imaginando a quantidade de diabéticos da nossa cidade que estão passando pela mesma situação que nós: correndo risco de vida pela displicência da Prefeitura ou pessoas que já até foram a óbito por causa disso", disse Nisédio Ricardo Zandonadi.

O vereador Valmir Dionisio, do PSC, disse que está a par da situação e conservou com os diabéticos frente a frente com a secretária da Saúde Denise Fernandes Carvalho e o advogado da pasta Eduardo Augusto Paiva. De acordo com o político, a resposta dos membros da secretaria não foi convincente.

" Eles alegaram que providências estão sendo tomadas, mas desde março os diabéticos estão sofrendo com isso. O Amadeu e o Nisésio são dois exemplos, entretanto existem muitos outros que devem sofrer do mesmo problema em relação a este aparelho e a vida deles está em risco", diz Valmir.

Através deste problema apresentado pelo aparelho Injex Sens, o vereador conta que fez uma pesquisa e aferiu que dez marcas foram reprovadas pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (INMETRO), e nesta aferição o aparelho da marca utilizada pelos assisenses também está entre os reprovados.

O outro lado

O advogado da Secretaria da Saúde, Eduardo Augusto Paiva, disse que providências estão sendo tomadas para o melhor atendimento dos diabéticos. De acordo com ele, o setor Jurídico foi acionado para a troca dos aparelhos que apresentaram defeitos.

"Atendemos mais ou menos 800 diabéticos. Somente quatro apresentaram queixas e as pessoas que se queixaram nós providenciamos a troca junto à empresa, o seu Amadeu, por exemplo, teve o seu aparelho trocado", diz.

Segundo o advogado, o contrato não pode ser quebrado, pois a empresa vencedora venceu o processo licitatório que ocorre anualmente. Eduardo diz que a quebra contratual decorre por meio de provas de que os aparelhos não funcionam adequadamente.

"A empresa foi notificada desde a primeira reclamação. Os pacientes diabéticos da cidade são observados atentamente por nós, até cogitamos da empresa vir para fazer treinamento com os pacientes, pois talvez não saibam manipular adequadamente", disse.

Advogado Eduardo Augusto Paiva

Nisésio, Valmir Dionisio e Amadeu

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