Perícia verifica empréstimo irregular e inconsistências nas contas da SAF do Vasco

Uma perícia preliminar de contabilidade revelou várias inconsistências nas contas da Sociedade Anônima de Futebol (SAF) do Vasco, incluindo um empréstimo irregular para uma empresa pertencente à 777 Partners e pagamentos ao ex-presidente Jorge Salgado superiores aos valores divulgados nas demonstrações financeiras. Os peritos sugeriram uma "provável gestão temerária" na administração da SAF.

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O relatório da empresa SwotGlobal foi anexado nesta quinta-feira ao processo que corre em segredo de Justiça na 4ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro. A perícia foi ordenada pelo juiz Paulo Assed Estefan na liminar que retirou os direitos societários da 777 Partners e devolveu o controle da SAF ao clube associativo.

Acesso parcial aos documentos

Na primeira tentativa de acessar o escritório da SAF, no dia 20 de maio, os peritos foram barrados, gerando um princípio de confusão no saguão do prédio comercial na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. A equipe, acompanhada de um oficial de Justiça, retornou nos dias 23 e 24 e conseguiu recolher alguns documentos. No entanto, a empresa teve acesso apenas parcial às contas da SAF, o que comprometeu o resultado da análise.

Empréstimo à empresa da 777 Partners

A perícia solicitou documentos sobre transferências entre o Vasco SAF e empresas da 777 Partners. O clube forneceu um contrato de empréstimo de US$ 5 milhões pactuado em novembro de 2022 com a F3EA Holdings LLC. Esse empréstimo foi registrado no balanço financeiro, mas o pagamento foi feito em 12 parcelas, não respeitando os juros e penalidades acordados.

Pagamento a Jorge Salgado

Em setembro de 2022, houve um pagamento de R$ 5.052.397,00 a Jorge Salgado, ex-presidente do CRVG, enquanto a quantia lançada no balancete foi de R$ 4.740.000,00. A perícia destacou a ausência de documentação adequada sobre esse pagamento e as divergências nos valores.

Atraso nos aportes

O relatório também apontou atrasos nos pagamentos dos aportes da 777 Partners, caracterizando descumprimento contratual. O segundo aporte de R$ 120 milhões, previsto para setembro de 2023, foi realizado em 11 parcelas de maio a outubro de 2023, não cumprindo a data de vencimento.

A perícia concluiu que há indícios de irregularidades durante a gestão da 777, incluindo inconsistências e omissões de documentos bancários, ausência de contratos financeiros e transações intercompany comprometendo as operações da SAF. Para uma análise completa, a SwotGlobal necessita de maior acesso aos documentos da SAF e entrevistas com profissionais internos.