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Hospital Regional alega normalidade, mas 67 gestantes de alto risco aguardam por consultas de pré-natal

Dados foram levantados pelo Portal AssisCity junto às Secretarias de Saúde de Assis e outras 7 cidades da região

Redação AssisCity

  • 11/12/24
  • 16:00
  • Atualizado há 4 horas

A suspensão das novas consultas de pré-natal às gestantes no Ambulatório de Gestação de Alto Risco do Hospital Regional de Assis (HRA), noticiada pelo Portal AssisCity nesta terça-feira, dia 10 de novembro, está impactando pacientes não apenas da cidade de Assis, mas de diversos municípios da região. Apesar de a Secretaria Estadual de Saúde (SES-SP) ter informado, em nota oficial, que o ambulatório segue funcionando normalmente, o Portal AssisCity apurou que não há agendamento de novos casos desde 31 de outubro, o que tem gerado uma crescente demanda reprimida.

Arquivo/Portal AssisCity - Hospital Regional alega normalidade, mas 67 gestantes de alto risco aguardam por consultas de pré-natal - FOTO: Arquivo/Portal AssisCity
Hospital Regional alega normalidade, mas 67 gestantes de alto risco aguardam por consultas de pré-natal - FOTO: Arquivo/Portal AssisCity

Levantamento realizado pela reportagem em conjunto com as Secretarias Municipais de Saúde da região revela que gestantes com condições graves, como diabetes, hipertensão e outros fatores de risco, estão sem acesso ao atendimento especializado do HRA. Apenas neste ano, só a cidade de Assis registrou mais de 100 atendimentos no ambulatório, mas, desde novembro, nenhum novo caso foi incluído no serviço.

Números da demanda reprimida

Dos 25 municípios que o Hospital Regional atende, o Portal Assicity fez um levantamento em oito deles e já constatou que 67 gestantes estão atualmente na fila de espera para consultas de alto risco:

* Assis: 26 pacientes aguardando atendimento;

* Cândido Mota: 4 pacientes;

* Palmital: 1 paciente;

* Tarumã: 19 pacientes;

* Maracaí: 8 pacientes na fila e 7 que já faziam o pré-natal porém, foram desligadas do acompanhamento;

* Paraguaçu Paulista: 9 pacientes;

* Platina e Pedrinhas Paulista: sem casos aguardando atendimento no momento.

Agenda

Durante os 30 dias de novembro e os 11 primeiros dias de dezembro, a agenda foi fechada para novos casos de pré-natal onde as gestantes precisam de atendimento especializado.

Segundo fontes ouvidas pelo Portal AssisCity, com o fim dos contratos terceirizados, apenas gestantes que já estão internadas ou forem encaminhadas diretamente de outros hospitais e que estejam apresentando complicações urgentes, como sangramentos ou partos iminentes, conseguem ser admitidas pelo HRA. De acordo com as informações que a reportagem teve acesso, as outras pacientes estão sendo orientadas a procurar unidades básicas de saúde de seus municípios para avaliação de exames ou consultas simples.

Atendimento limitado e falta de clareza

A reportagem também verificou que, atualmente, há apenas uma médica responsável pelo ambulatório. Segundo profissionais ouvidos pela nossa equipe, ela está atendendo apenas retornos de gestantes já inseridas no sistema antes do encerramento dos contratos terceirizados em 4 de dezembro. Desde então, não há agenda aberta para novos casos no Ambulatório de Gestação de Alto Risco do Hospital Regional de Assis (HRA).

Embora a SES-SP tenha informado sobre uma parceria com a Fundação Educacional do Município de Assis (FEMA), não há clareza sobre como ou quando esse contrato começou ou começará a absorver os novos casos.

Pedido de esclarecimento à Secretaria Estadual da Saúde (SES)

Em nota enviada ao Portal AssisCity, a SES afirmou que "o Ambulatório de Gestação de Alto Risco da unidade não foi fechado" e que, desde dezembro de 2023, foram registrados 1.596 atendimentos a gestantes de alto risco no HRA.

Contudo, nossa apuração revela que esses números se referem majoritariamente a novas pacientes e em retornos de consultas agendadas antes de outubro, mês próximo do contrato não ser renovado.

A reportagem solicitou novos esclarecimentos à SES para que explique, de forma detalhada, como está estruturado o atendimento atual, incluindo informações sobre a abertura de agendas para novos casos e a operacionalização do contrato com a FEMA. Até o momento, não houve resposta.

O Portal AssisCity segue acompanhando o caso e o espaço continua aberto para o diretor do Hospital Regional de Assis, Edmar Luis de Oliveira, e para a assessoria da Secretaria Estadual de Saúde.

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