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Ginecologista e Sexóloga Sorhaya Bocardo fala sobre a importância da saúde intima da mulher

Ginecologista também fala sobre o mito do "Ponto G" e importância do autoconhecimento da mulher sobre o corpo

Redação AssisCity

  • 09/06/24
  • 09:00
  • Atualizado há 18 semanas

Por muito tempo, devido a uma educação mais rígida e até por questões de religiosidade, a saúde intima das mulheres foi considerada um tabu, onde pouco se falava a respeito da sua importância. Hoje, o tema já é debatido de forma muito mais aberta e necessária, e as mulheres estão cada vez mais em busca do autoconhecimento de seus corpos, se permitindo buscar informações sobre esse assunto tão importante.

Segundo a ginecologista e sexóloga Sorhaya Bocardo, um dos principais pontos questionados sobre a saúde intima das mulheres é referente ao orgasmo. Segundo estudos, cerca de 15% das mulheres não conseguem chegar ao clímax. "Muitas mulheres sentem vergonha em falar sobre isso, então nós orientamos que o orgasmo vaginal tem a ver com a manipulação do clitóris e explicamos isso a elas, que é necessário manipular, se tocar durante a relação sexual para chegar ao prazer", explica.

Portal AssisCity - Sorhaya Bocardo é médica ginecologista e sexóloga - Foto: Portal AssisCity
Sorhaya Bocardo é médica ginecologista e sexóloga - Foto: Portal AssisCity

Ainda segundo Sorhaya, cerca de 70% das mulheres sentem prazer apenas com a penetração, sendo assim, necessário o toque no clitóris para maior satisfação sexual. "O clitóris é único e exclusivamente para proporcionar prazer para a mulher, então essa manipulação é algo muito natural. Muitos parceiros ainda tem uma barreira em relação a isso, muitas vezes se julgando como não capazes, mas não é isso. Essa falta de prazer na penetração também pode estar relacionada a casos de abuso, pois infelizmente os índices são muito grandes e isso pode interferir muito na vida sexual da mulher", explica.

Mas o que de fato é o orgasmo? "O orgasmo é o ponto máximo do prazer. Quando você tem um orgasmo, fisiologicamente ocorre a subida do útero, são como ondas que vão se contraindo e se transformando em prazer. Pode durar de 15 segundos a um minuto, variando de mulher para mulher, dependendo do estimulo, do toque e da velocidade aplicada no momento", disse Sorhaya.

Reprodução/Redes Sociais - Para Sorhaya, falar sobre a saúde intima da mulher é muito importante - Foto: Reprodução/Redes Sociais
Para Sorhaya, falar sobre a saúde intima da mulher é muito importante - Foto: Reprodução/Redes Sociais

Em sua clínica, Sorhaya costuma atender muitas mulheres diariamente em diferentes situações, e para ela, o principal ponto é acolher as pacientes para que elas entendam que o autoconhecimento é muito importante e que não há a necessidade de se sentirem desconfortáveis em falar sobre o tema. "Eu recebo uma devolutiva muito boa das minhas pacientes, elas voltam muito felizes porque é algo muito natural, não existe nada de errado nesta questão do prazer. É importante elas conhecerem o próprio corpo para entender que esse toque, esse contato, não é errado e não é pecado", disse.

Outro ponto que costuma ser abordado durante os atendimentos é a questão do Vaginismo, onde as mulheres impedem involuntariamente a penetração do pênis. Para isso, é necessário um tratamento de várias sessões com atendimentos psicológicos. "No caso do Vaginismo, nós conseguimos resolver esse problema com algumas técnicas e acompanhamento psicológico. A parceira, de forma involuntária, impede essa penetração e isso acaba causando muita dor, porque não há lubrificação, e ao contrair a vagina o parceiro acaba usando mais força para penetrar", explica a ginecologista.

Portal AssisCity - Os apoiadores do Talk Delas, podcast do Portal AssisCity - Foto: Portal AssisCity
Os apoiadores do Talk Delas, podcast do Portal AssisCity - Foto: Portal AssisCity

Uma outra dúvida frequentemente das mulheres em geral é em relação ao uso de anticoncepcionais. Sorhaya explica que 30% das mulheres tem a libido diminuída pelo uso dos contraceptivos, porque os medicamentos influenciam diretamente no ovário, que produz a testosterona. "O mecanismo de ação da pílula é bloquear o funcionamento do ovário e ele é o responsável por produzir a testosterona. Muitas mulheres optam por usar o DIU por esse motivo, porque o DIU não bloqueia a ovulação, então você produz seus hormônios normalmente. O DIU usa um hormônio somente para diminuir o fluxo menstrual", disse.

Sobre a reposição hormonal na menopausa, a ginecologista explica que ela pode variar de mulher para mulher. A média da mulher brasileira entrar na menopausa é por volta dos 50 anos, mas pode variar, já tendo pacientes que entraram com 30 anos. "Essa reposição vai depender muito da queixa das pacientes, como por exemplo irregularidade menstrual, ondas de calor, ressecamento vaginal, diminuição de libido", explica.

Ginecologista e sexóloga, Sorhaya Bocardo também aproveitou para desmistificar um mito muito popular entre homens e mulheres em relação ao famoso "Ponto G", da mulher, um local onde segundo as falácias, seria o ponto de maior prazer da mulher ao ser tocado. Segundo a médica, porém, esse ponto nunca existiu. "Muito é falado sobre o 'Ponto G', mas ele de fato, não existe. As pessoas passaram a adotar esse nome para explicar a sensação de prazer que a mulher sente devido a sensibilidade do terço inferior da vagina, mas o ponto, em específico, não existe", disse.

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