A falta de inclusão dos povos indígenas na agenda ESG

No último dia 19 deste mês foi comemorado o Dia dos Povos Indígenas. Com direitos protegidos pela Constituição Federal de 1988, um dos povos que deu origem ao Brasil atual não é incluído na pauta ESG.

De acordo com Suliete Baré, coordenadora geral de enfrentamento à crise climática do Ministério dos Povos Indígenas, os povos originários são excluídos de diversas pautas historicamente relevantes para a sociedade, inclusive do ESG. A coordenadora afirma que há "uma exclusão dos povos indígenas, principalmente em tomadas de decisões importantes".

Joenia Wapichana, presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), ressalta: "É importante que o mundo corporativo entenda o tipo de desenvolvimento que os indígenas querem para si e que aconteça esse diálogo com os povos na agenda da sustentabilidade."

Existem vários motivos para que os povos indígenas sejam excluídos injustamente do processo de implementação da pauta ESG. O preconceito, é, sem dúvidas, um dos principais. A construção da nossa sociedade com uma visão eurocentrista enxerga os povos originários com um olhar estereotipado.

Para o porta-voz da Amazônia do Greenpeace Brasil, Danicley de Aguiar, o Brasil naturalizou a violência contra os povos indígenas e suas terras, o que acaba por impossibilitar a inclusão desta população nas discussões da agenda ESG. No entanto, os povos indígenas seriam um dos maiores contribuidores na temática. Isso porque eles conviveram, e assim ainda o fazem, em harmonia com o meio ambiente que os cercam, promovendo uma verdadeira economia sustentável, sem destruição da natureza. E esse é um dos principais pontos ESG.

É necessário romper com a economia de destruição, que foi constituído pelo "homem civilizado", e envolver-se mais com os saberes indígenas: conhecimentos milenares, de integração e respeito ao meio ambiente.